NO DIA 23.06.12 O TEMA DO NOSSO ENCONTRO FOI BULLYING, SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE O ASSUNTO.
Bullying é um termo da língua inglesa
(bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas,
verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação
evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia,
com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou
capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de
forças ou poder.
O bullying se divide em duas
categorias:
a) bullying direto, que é a forma
mais comum entre os agressores masculinos e
b) bullying indireto, sendo essa a
forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o
isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão
das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda
dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial,
podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam,
tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no
local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não
admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema
ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas
onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão
inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
VÍTIMAS E AGRESSORES DE BULLYING
As pessoas que testemunham o
bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em
razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço
escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o
ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente,
experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que
sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa
autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo,
inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá
tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões
geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias
desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser
escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são
pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os
atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os
impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em
2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações
típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades
brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e
Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios
constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código
Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever
de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no
Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço
aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do
estabelecimento de ensino/trabalho.
Ciberbullying (bullying na internet)
Hostilidades sempre existiram no
ambiente escolar, mas elas se potencializaram com o surgimento da internet. A
sensação de que não serão descobertos e de impunidade acaba levando os
adolescentes a criarem páginas e conteúdos agressivos e a dispararem contra os
colegas, sem medo.
A tecnologia que poderia ser
utilizada como meio benéfico - para troca de informação e de contato social -
passou, nos casos de Bullying, a ser utilizada de forma agressiva e
psicologicamente violenta por parte dos agressores.
A perseguição pode ter efeitos
lesivos e duradouros contra as vítimas e até mesmo contra suas famílias. Daí a
importância de se descobrir o problema a tempo de reparar os danos.
COMO IDENTIFICAR UMA VÍTIMA DE
BULLYING?
Mudanças de comportamento são sinais
importantes e podem sinalizar aos pais que os filhos estão sendo vítimas de
bullying.
A criança ou adolescente pode,
repentinamente:
Não querer mais frequentar as aulas
Pedir para mudar de turma
Apresentar queda do rendimento
escolar
Passar a ter dificuldade de atenção
Apresentar sintomas físicos, como dor
de cabeça ou de estômago e suor frio, indicando o violento e elevado nível de
angústia a que está sendo submetido.
O que fazer para ajudar uma vítima de
bullying?
Qualquer indivíduo que tenha sofrido
qualquer tipo de ameaça verbal, física ou psicológica precisa de ajuda e
necessita ser protegido.
Os adultos devem informar à criança ou ao
adolescente que o que ela sofreu será cuidado pela família, pela escola, pela
comunidade ou pelas autoridades da lei.
Muito importante também é deixar
claro para a vítima, seja qual for a sua idade, que ela não é culpada pelas
perseguições que está sofrendo, reafirmando que ela tem valores e qualidades
que devem ser muito respeitados.
Os pais devem sempre se mostrar
disponíveis a escutar o filho, permitindo que expresse seus sentimentos diante
da ameaça ou da agressão que vivenciou.
Devem também evitar criticar a
criança ou adolescente quando, sozinhos, não conseguirem enfrentar a situação.
Pais jamais devem ignorar ou
minimizar o problema de seus filhos, muito menos estimular agressão ou revide.
Medidas de combate aos casos mais
graves
Reforçar que as vítimas devem
procurar ajuda de um adulto da família na ocorrência de situações difíceis
A vítima, com apoio dos pais, deve
relatar o ocorrido para um responsável na escola
Juntar provas materiais, salvando e
imprimindo as páginas com as ofensas
Pedir ao provedor para tirar a página
com as agressões do ar
Procurar uma delegacia e fazer o
boletim de ocorrência
Procurar ajuda de um especialista
quando os recursos de apoio emocional da família se esgotarem.
Sugestões para escolas e comunidades
com casos de bullying
Para minimizar ou acabar com as
agressões, escolas, comunidades e especialistas podem promover programas
antibullying envolvendo alunos, famílias, professores e coordenadores.
O resultado de um trabalho
preventivo, compartilhado por todos pode oferecer melhoria na qualidade dos
relacionamentos e no uso responsável da internet.
Podem ser realizadas ações como:
Capacitar professores e funcionários,
na identificação e encaminhamentos adequados das vítimas
Conscientizar os potenciais
agressores de que existem consequências para os crimes contra a honra, de
calúnia ou injúria e de que os pais podem ser responsabilizados pelos atos dos
filhos
Promover, na escola, critérios de não
tolerância às condutas de bullying e ciberbullying